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Deficiência ou Incapacidade Motora

O que é ?
A deficiência ou incapacidade motora implica limitações do funcionamento físico-motor. Normalmente, refere-se a uma série de condições que afetam a mobilidade, capacidade física, resistência ou destreza da pessoa. Estas incapacidades motoras, podem ser congénitas, hereditárias ou adquiridas devido a acidentes, doenças ou envelhecimento.
A diversidade dos tipos e graus é considerável, nomeadamente deficiências mecânicas e motoras dos membros superiores, dos inferiores ou de ambos; paralisia espástica* de mais de um membro (hemiplegia, paraplegia e tetraplegia); alterações motoras com repercussão na articulação e ritmo da linguagem; dificuldades específicas em manter o equilíbrio físico; descoordenação motora de uma ou várias partes do corpo, entre outras…
É vulgar associar a deficiência motora ao uso de cadeira de rodas, embora muitas outras ajudas técnicas possam ser necessárias para facilitar a mobilidade, entre as quais a utilização de canadianas, próteses e ortóteses ou bengalas.
As principais dificuldades com que estas pessoas se confrontam referem-se: a barreiras arquitetónicas; à incapacidade ou dificuldade em realizar as atividades do dia-a-dia, de forma autónoma e independente; a dificuldades em escrever e/ou transportar equipamentos objetos ou volumes; a dificuldades na utilização de transportes públicos; a dificuldades em aceder a casas de banho, elevadores, locais de lazer, lojas , etc.; a dificuldade em aceder a informação exposta em placards, aos balcões de atendimento, às caixas multibanco, entre outras.
Estratégias facilitadoras da inclusão



- NO DIA A DIA
- NA SALA DE AULA
- NAS AVALIAÇÕES
- Sempre que necessário, garanta o acompanhamento por uma segunda pessoa. Nesse caso, a comunicação deve estabelecer-se sempre com o/a estudante e não com a pessoa acompanhante;
- Oriente o/a estudante para solicitar o acesso aos estacionamentos existentes para o efeito, no IPSantarém;
- Procure adaptar o meio físico de forma a torná-lo mais acessível (por exemplo, utilizando mesas que permitam o acesso em cadeira de rodas);
- Quando oferecer ajuda, pergunte como deve fazê-lo. As pessoas têm técnicas pessoais e, às vezes, uma ajuda inadequada pode atrapalhar;
- A cadeira de rodas, assim como as bengalas e muletas, são parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Evite agarrar ou apoiar-se nesses equipamentos;
- Quando se conversa com uma pessoa em cadeira de rodas é mais adequado estar sentado/a ao seu nível, para que esta se sinta mais confortável;
- Ao acompanhar uma pessoa de cadeira de rodas, canadianas ou bengalas, que ande devagar, procure acompanhar o seu ritmo de andamento;
- Antes de começar a empurrar uma cadeira de rodas, pergunte à pessoa se necessita de apoio;
- Sempre que conduzir uma cadeira de rodas, avance com prudência, pois a pessoa poder-se-á sentir incomodada, se magoar outras pessoas com a cadeira;
- Esteja atento à existência de barreiras arquitetónicas quando escolher um percurso ou outro local, para onde queira deslocar-se com uma pessoa com deficiência motora;
- Se presenciar a queda de uma pessoa com deficiência motora ofereça ajuda, mas pergunte primeiro se, e como, deve fazê-lo;
- Pessoas com determinadas problemáticas podem ter dificuldades na marcha, fazer movimentos involuntários com pernas e braços e apresentar expressões estranhas no rosto. Tente não se intimidar com isso;
- Se a pessoa tiver dificuldade na fala e não a compreender, peça para que repita. Evite antecipar as respostas ou responder pela pessoa, deve respeitar o seu ritmo;
- Se não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa com deficiência ou incapacidade motora, sinta-se à vontade para recusar. Neste caso será conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar;
- Não evite utilizar palavras como “andar” ou “correr”. As pessoas com deficiência ou incapacidade motora usam naturalmente estas palavras;
- Tenha em conta estes/as estudantes aquando da marcação de salas, ponderando a proximidade, o espaço e a ausência de obstáculos, de forma a permitir a sua livre circulação;
- Proporcione um posicionamento ao/à estudante em que consiga ler as anotações do quadro e interagir com os colegas;
- Faculte antecipadamente, sempre que possível, apontamentos, materiais importantes, ou bibliografia para facilitar o acompanhamento das aulas;
- Sempre que se justifique, permita ao/à estudante utilizar recursos como o computador ou outro equipamento de apoio que o/a auxilie. Se não conseguirem escrever, permita a gravação das aulas, entre outras estratégias que se revelem facilitadoras do registo e acesso aos materiais e conteúdos da UC;
- Esteja ciente que podem ter repercussões, no processo de aprendizagem, dificuldades como: demorar mais tempo do que o estipulado a realizar uma determinada tarefa; escrever de forma não convencional; manusear documentação; participar em aulas práticas que impliquem alguma mobilidade específica; manter níveis de concentração nas aulas (devido ao cansaço decorrente de posturas rígidas); tirar apontamentos nas aulas.
- Sempre que se justifique, deve permitir ao/à estudante o uso de recursos como o computador ou outro equipamento de apoio que auxilie na escrita. Se este não escrever de nenhuma forma, deve ser permitido fazer avaliações orais;
- Conceda ao/à estudante, mais tempo para a realização de avaliações escritas;
- O/A estudante pode necessitar de pausas durante as avaliações ou realizá-las em momentos distintos, devido ao cansaço decorrente de posturas rígidas. Procure adequar os momentos avaliativos a essas necessidades.

- NO DIA A DIA
- Motivar e incentivar a ultrapassar eventuais dificuldades, promovendo um ambiente de apoio e encorajamento que favoreça a resiliência e a confiança.

- NA SALA DE AULA
- Ajudar o/a estudante a selecionar os livros e os textos mais importantes da bibliografia necessária é uma forma eficaz de facilitar o seu processo de aprendizagem.
- Sempre que forem apresentados conceitos técnicos e específicos poderá ser importante a redação de um glossário.
- Oferecer suporte na leitura, apoiando os/as estudantes a aprenderem a selecionar informação e definir objetivos para a leitura, contribui para uma maior autonomia e eficiência.
- Esquematizar o conteúdo dos temas complexos e exemplificar as informações simplifica a linguagem textual e facilita a compreensão.
- É recomendável permitir o uso de gravador durante aulas teóricas, palestras e apresentações, sempre que haja autorização, para que os/as estudantes possam rever o conteúdo posteriormente.
- Evitar pedir ao/à estudante para ler em voz alta, uma vez que isto pode causar desconforto.
- Sempre que possível, disponibilizar previamente os apontamentos, apresentações e/ou sebentas facilita a tomada de notas e a preparação do/a estudante.
- No início de cada aula, o/a docente deve fazer um breve resumo do que será abordado.
- Assinalar detalhadamente os conteúdos a serem estudados, incluindo as datas e os procedimentos que devem seguir, é essencial para que os/as estudantes se sintam informados/as e organizados/as.
- Expor concretamente os objetivos, procedimentos e prazos relacionados com as atividades curriculares ajuda a criar transparência e clareza.
- A comunicação deve ser pausada, dado que a apreensão da informação pode ser mais lenta. O excesso de informação num curto espaço de tempo pode provocar cansaço.
- Comunicar de forma clara e objetiva, repetindo a informação se solicitado e considerando que o/a estudante pode precisar de mais tempo para reter os dados.
- As anotações no quadro devem ser, na medida do possível, alinhadas e espaçadas. A utilização de cores diferentes pode auxiliar na organização do conteúdo apresentado.
- As apresentações em PowerPoint devem ter um espaçamento de pelo menos 1,5 cm entre as linhas e cada dispositivo deve conter informação clara e concisa, com o texto alinhado à esquerda e um grafismo mantido de forma simples.
- Desenvolver preferencialmente atividades em que se possa privilegiar a oralidade.
- Permitir que o/a estudante recorra a momentos de pausa ou de descanso, em períodos de aula intensos ou atividades de longa duração.
- Criar oportunidades para a revisão dos conteúdos abordados.
- Se o/a estudante não se sentir confortável a fazer apresentações orais, pode criar-se a oportunidade para o recurso a formas alternativas e/ou complementares de apresentação de trabalhos.
- Disponibilizar mais tempo para tirar apontamentos e notas sobre os conteúdos abordados.

- NAS AVALIAÇÕES
- Possibilitar a existência de vários momentos de avaliação ao longo do semestre.
- Valorizar o conteúdo em detrimento da forma.
- Se possível, não penalizar os erros ortográficos ou má construção frásica nas avaliações escritas, já que isso pode desencorajar a expressão de ideias.
- No caso do conteúdo da resposta escrita não ser explícito, possibilitar que o/a estudante se explique oralmente.
- Dar feedback seletivo e positivo sobre o tipo de erros cometidos pode ajudar a orientar a aprendizagem.
- Conceder mais tempo para a realização das avaliações e entrega de trabalhos escritos, reconhecendo que cada estudante pode ter um ritmo próprio/a.
- Se necessário, é aconselhável oferecer apoio na leitura dos enunciados, garantindo que a informação seja compreendida.
- Sempre que possível, formular questões curtas, diretas e sem informação periférica.
- A apresentação de enunciados deve ser acessível, com espaçamento adequado, tipo de letra ampliado e legível.
- Sempre que viável, privilegiar testes orais em vez de escritos pode proporcionar uma forma alternativa de avaliação.
- A possibilidade de fazer anotações numa folha à parte permite uma melhor organização das ideias antes de formular as respostas.
- Os/as estudantes devem poder utilizar um computador durante o exame e fazer uso de software específico, conforme necessário, para apoiar suas necessidades.
- Permitir, sempre que possível, “pequenas” adaptações nas tarefas académicas, como a apresentação de trabalhos em formato de vídeo em vez da versão escrita, pode ser altamente benéfico.
- Possibilidade de extensão de prazos de entrega de trabalhos escritos.
- A orientação dos trabalhos deve incluir apoio na definição de etapas, bem como correção e feedback contínuos, ajudando a melhorarem as suas competências e a desenvolverem-se academicamente.
REFERÊNCIAS
RECURSOS DOCUMENTAIS
https://www.dges.gov.pt/pt/pagina/baes-biblioteca-aberta-do-ensino-superior?plid=1752
UNIDADES DE PRODUÇÃO
https://www.dges.gov.pt/pt/pagina/unidades-de-producao?plid=1752
PLATAFORMA – PLACES
https://sigarra.up.pt/up/pt/
web_base.gera_pagina?
p_pagina=1011880
GUIA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS DIGITAIS ACESSÍVEIS – IPLEIRIA
https://iconline.ipleiria.pt/bitstream/10400.8/
4044/3/guia-producao-conteudos-digitais-acessiveis.pdf
Relatório Mundial sobre a Deficiência (OMS 2011)
https://iris.who.int/bitstream/handle/10665
/328717/9789241516570-por.pdf
Instituto Politécnico de Santarém é uma instituição de ensino superior politécnico público, ao serviço da sociedade, empenhada na qualificação de alto nível dos cidadãos, destinada à produção e difusão do conhecimento, criação, transmissão e difusão do saber de natureza profissional, da cultura, da ciência, da tecnologia, das artes, da investigação orientada e do desenvolvimento experimental, relevando a centralidade no estudante e na comunidade envolvente, num quadro de referência internacional.